Rio de Janeiro
Em 2006, após a retomada do prédio do antigo Museu do Índio, que desde 1865 é Patrimônio Público Indígena, foi informado ao Ministério Público Federal , através da Dra. Namara Gurupi, que tratavam-se de diversas etnias indígenas de todo o território nacional e que vieram com um objetivo muito claro:
“Preservar e revitalizar este Patrimônio Indígena, gerando assim a sustentabilidade do grupo chamado Aldeia Maracanã que se desenvolveu neste espaço. Na época também foi reinvindicado o imediato tombamento do imóvel pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.”
Em 1910, Marechal Rondon inaugurou neste prédio o Serviço de Proteção ao Índio - o SPI - com o objetivo de cuidar e proteger os interesses dos povos originários do Brasil.
Em 1953, foi criado também, no presente imóvel, o primeiro Museu do Índio da América Latina pelo antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, com o objetivo de divulgar uma imagem correta, atualizada e VIVA, desprovida de preconceitos pela sociedade, despertando, deste modo, o interesse pela Cultura e Tradição Indígenas.
Desde que assumimos este Patrimônio, que encontrava-se abandonado pelas autoridades, passamos a receber Escolas, Universidades, pesquisadores e simpatizantes e a desenvolver atividades culturais, educacionais e de línguas das diversas etnias originárias de todo o território nacional (como consta nas assinaturas do nosso Livro de Presença).
Em outubro deste ano, o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, confirmou a compra do imóvel, determinando a sua demolição para criar uma "área de mobilidade do público durante a Copa do Mundo", alegando que “o imóvel não teria valor histórico” e que “seria uma exigência da FIFA”, que prontamente o desmentiu através de resposta ao Ofício do Defensor Público da União, André Ordacgy, no que talvez tenha sido o maior escândalo da Copa até o presente momento.
Ontem, no dia 13/11, a Presidente do TRF da 2ª Região, Maria Helena Cisne, cassou duas liminares que impediam a demolição do antigo Museu do Índio e que proibiam a retirada dos índios da Aldeia Maracanã, mostrando desconhecer e ignorar - assim como o Governador - o valor Histórico e Cultural e a destinação do presente Imóvel, assim como a presença de diversas etnias indígenas no local.
Fazemos agora um apelo Nacional e Internacional convocando a todos que puderem nos apoiar nesta luta em defesa do Patrimônio Histórico e Cultural, não só brasileiro, como de toda a Humanidade.
Rio de Janeiro, 14 de novembro de 2012 - Centro Cultural Indigena